FAESP pede revisão do aumento do ICMS do leite e renovação de convênios do Confaz

Em sua agenda do primeiro trimestre, entidade prioriza ações para evitar elevação de impostos na agropecuária

Por Henrique Oliveira
FAESP pede revisão do aumento do ICMS do leite e renovação de convênios do Confaz

A FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) está mobilizada para evitar altas do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre o setor. Nesse sentido, a entidade segue demandando do governo paulista a revisão de medida que tachou a cadeia produtiva do leite e defende a renovação de convênios do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), para evitar impacto nos preços de insumos, máquinas e implementos agrícolas.

Sobre a tributação do leite, Fábio Meirelles, presidente do Sistema FAESP/SENAR-SP, lembra que o aumento do ICMS, em vigor desde janeiro, resulta da Lei 17.293/20, referente ao ajuste fiscal promovido pelo governador João Doria. “Com a mobilização do setor, sindicatos e produtores rurais, conseguimos uma ampla revogação da majoração tributária que atingia os demais segmentos da agropecuária, mas persiste o problema na cadeia produtiva do leite, na qual a carga tributária foi elevada em diferentes etapas”.

A saída do produto cru e pasteurizado, que era isenta, passou a ser tributada em 4,14%. Os queijos Muçarela, Prato e Minas tiveram alíquotas aumentadas para 13,3% (eram 12%) e depois 18%. O transporte intermunicipal de leite cru e pasteurizado teve alíquota majorada de 5% para 6,5%. Por outro lado, o crédito outorgado à indústria na aquisição do leite produzido em São Paulo, uma conquista para restabelecer a competitividade do setor frente à concorrência desleal de outros estados, que havia sido reduzido de 12% para 9,4%, foi restabelecido em 12%, em 15 de janeiro de 2021.

“Estamos buscando sensibilizar o governo paulista sobre a inoportunidade do aumento do ICMS na cadeia do leite, mostrando que a medida afeta drasticamente 11 mil pequenos produtores e pressiona os preços de produtos essenciais à alimentação das famílias”, pondera Meirelles.

Convênios do Confaz

Fábio Meirelles afirma também ser necessária a renovação dos convênios 100/1997 e 52/91 pelo Confaz, que congrega os secretários de Fazenda de todos os estados e do Distrito Federal. “Tais acordos expirariam em 31 de dezembro de 2020. O setor agropecuário nacional mobilizou-se pela sua manutenção, prorrogado até 31 de março deste ano. Agora, é fundamental que sejam preservados”.

O presidente da FAESP explica que o Convênio 100 trata da isenção de ICMS sobre insumos agrícolas dentro dos estados e reduz a base de cálculo do imposto quando a movimentação é interestadual. Já o Convênio 52 reduz a cobrança do imposto para máquinas e equipamentos agrícolas. “É imprescindível a prorrogação de ambos, pois o impacto de sua extinção seria de aproximadamente R$ 16 bilhões, considerando alguns elos da cadeia de suprimentos (sem incluir a pecuária)”.

Tais ônus foram calculados pela equipe econômica do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Defendemos muito a renovação dos convênios, pois oferecem melhores condições para que os produtores continuem trabalhando e conferem mais competitividade ao agronegócio brasileiro”, conclui Meirelles.

Tags:

Leia também