Como fazer uso racional da água na agricultura

Em ano de seca, utilização de recursos hídricos pede atenção; irrigação e armazenamento de água auxiliam produtor

Como fazer uso racional da água na agricultura

A seca enfrentada neste ano pelos produtores rurais de São Paulo reavivou a conversa sobre a utilização de água nas lavouras. A escassez de chuva exige que o produtor faça uso racional dos recursos hídricos. Para isso, é fundamental que a plantação receba um olhar integrado, onde a água é vista em conjunto com o solo, o clima, a hora do dia e também os aspectos que circundam a propriedade.

Confira o que pode ser feito para uma boa gestão dos recursos hídricos na lavoura:

Atenção ao solo: o processo erosivo faz com que a água evapore do solo com mais facilidade, prejudicando tanto a alimentação das plantas quanto o retorno da água às bacias hidrográficas. Para evitar isso, é preciso fazer um bom manejo da terra. Práticas conservacionistas como plantio em nível, contenção de sedimentos e terraceamento ajudam a manter o solo saudável e evitam a perda hídrica na lavoura. A preservação das matas ciliares também é fundamental na conservação das bacias hidrográficas, facilitando o ciclo natural da água.

Boa irrigação: irrigar é preciso – e, mais do que isso, é preciso que a irrigação tenha qualidade. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), existem quatro métodos de irrigação: por aspersão, gravidade, pivô central e localizada. Descobrir qual é o sistema ideal para cada produção depende de fatores como a cultura em questão, clima, velocidade de infiltração do solo, relevo e tamanho da área. O instituto desenvolveu o SiBCTI (Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação), que define o potencial do ambiente para desenvolver culturas sob determinado tipo de irrigação. Os métodos podem ser combinados para alcançar melhor resultado. Independente de qual seja a técnica escolhida, é preciso ficar atento à manutenção dos equipamentos para evitar o desperdício. Além disso, a irrigação noturna faz com que a água evapore em menor velocidade, o que ajuda a nutrição das plantas.

Cultivo protegido: o cultivo protegido minimiza externalidades e, por isso, é uma boa pedida para diversas culturas vegetais. Os principais métodos são estufas, telados e túneis, aliados a tecnologias como a irrigação por gotejamento – que aplica gotas de água diretamente na raiz da planta – e o mulching – barreira física, que pode ser de material orgânico, que evita a transferência de energia e vapor entre o solo e a atmosfera. Essas táticas evitam o desperdício de água e ao mesmo tempo garantem alta produtividade.

Armazenamento de água: velhas conhecidas em áreas do semiárido, as cisternas permitem que a água da chuva seja conservada e utilizada nos tempos de estio. Existem modelos de alvenaria, fibra e plástico, com custos de instalação e manutenção variáveis. É uma boa alternativa para a agricultura familiar.

Via: Sistema FAESP/SENAR-SP

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