Efeito coronavírus reduz preço do tomate pago ao produtor

 Os preços do tomate longa vida despencaram no atacado, e a justificativa é a falta de consumo da fruta em estabelecimentos de grande e médio porte como escolas e restaurantes, que foram obrigados a fechar em respeito a quarenta. Com isso o consumo diminui e os preços pagos ao produtor também. 

tomate ceagesp

A produção do Família Nação Agro entrou em contato com Allan Delfino, que é consultor em agronegócios, ele afirma que se o período de quarenta não for estendido, há chances de recuperação. “Os prejuízos até o momento é muito relativo, pois uma lavoura de tomate tem um ciclo de colheita de 60 a 90 dias, pois já estamos no outono e isso faz com que demore mais a maturação dos frutos, se a quarentena passar logo ainda há possibilidade de haver uma recuperação da demanda, assim os preços sobem e teremos uma média razoável. Ainda há chances de acabar tudo bem, mas se a coisa piorar vai ficar difícil não ter quebradeira no campo também.”

Outra preocupação, é com relação aos custos de logística, que podem afetar outros produtos. Com o preço abaixo do mercado,  o produtor pode não enxergar vantagens em enviar sua carga. “No estado de São Paulo hoje estamos em fase de colheita em várias praças produtoras. Dificilmente o produtor rural terá uma forma mais fácil e rápida de comercialização a não ser pelo modelo atual que é pelos centros de distribuição  (Ceagesp), a grande maioria nem teria capacidade de fazer uma logística para entrega direta a supermercados”. 

O centro de pesquisas econômicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Cepea, informou os preços pagos em São Paulo  foram de R$ 61,67 a caixa de 18-20 kg , redução de quase 25% no valor pago ao produtor. Já em Campinas, o valor foi de R$ 68,33, uma redução de quase 10%.

O produtor Cyro Abumussi, da Fazenda Ituaú de Salto, interior paulista, foi questionado sobre a redução dos preços do tomate e números de produção.  “O ritmo não mudou, a agricultura precisa continuar, alimento é gênero de primeira necessidade e não funciona com prateleira porque são extremamente perecíveis.” Em relação a queda de valores e de lucros, ele diz não estar surpreso por ser algo comum em meio às adversidades do setor rural, mas ressalta a necessidade de intervenção dos governantes. “O que entendo ser muito importante, nesse momento, é que o governo federal possa ajudar os pequenos agricultores de hortaliças e legumes que dificilmente tem fluxo de caixa para essa situação.” afirmou o produtor.

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